O cheiro a pão quente, a expectativa do miolo ainda fumegante e a pingar manteiga. Um memória tão antiga que parece que nasceu connosco.
O crepitar da lenha no forno, o tabuleiro cheio de massa a acabar de levedar e as mãos marcadas pelo tempo a dar-lhe as voltas necessárias. Sabedoria daquela que passa de boca em boca e que nenhum livro explica. Tempos que tinham o tempo que hoje temos. Bem vistas as coisas, talvez agora seja ainda mais.
São 20 dias em casa que a lenha só tem lareira.
Valha-nos o forno. Moderno, sem que lhe seja preciso ver o ar e sem fumo que dê sabor à massa. Em dias como estes, em que cada qual se safa com o que tem, é deixar as esquisitices de lado e aceitar o pão como vem, sem fumo nem cinza.
É misturar a água e o fermento. Esse que é daquele que vem em pacotes que hoje não há crescento para levedar durante a noite. Que vá assim. O pacote e a farinha mais o sal, que pão sem sabor é que não pode ser. E amassar. À mão, à máquina, ao que for.
Em 20 dias sem ver a rua é preciso enganar o tempo.
E engana-se enquanto se espera pelo alarme do forno. O cheiro da infância a encher a cozinha. O pão a crescer e a manteiga já ali à espera.
Ao 20° dia houve pão quente. E há massa que um dia será mãe para que se faça crescento.
Tenho de arranjar fermento de padeiro para me aventurar!
ReplyDeleteVale a pena. E para começar há muitas receitas que ficam sempre bem e nem é preciso amassar 😉
DeletePão quente a qualquer hora do dia deixa-me logo a salivar!
ReplyDeleteTal e qual 😊
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