24° dia de Quarentena - A companhia

São 24 dias sem sair e mais uns quantos a trabalhar em casa. Não muitos, mas alguns.

Vistas bem as coisas, são os suficientes para ter uma vaga memória da vida no escritório com pessoas cheias de afazares e de sítios onde ir. Da fila para o café. Parece que foi noutra vida que se podia falar com o colega do lado. Ai, esses tempos. Quando éramos novos. 

Agora estão do lado de lá do ecrã, mas só em voz. Nestes tempos, quem é que quer mostrar-se em casa a trabalhar? É melhor ser só áudio, lá ao longe. Longe da vista, longe do coração e, mais dia menos dia, longe da memória.

São 24 dias em casa. A memória já acusa o peso da idade que agora parece ter aumentado para o dobro.

Portanto, de dias cheios de gente e correria para todo o lado, passamos para dias em que o escritorio fica demasiado perto da cozinha e a fome aparece quando bem lhe apetece. E temos de tirar o melhor de cada situação. Desta, o melhor são os pacotes de batatas fritas. 

24 dias em casa, com um escritório só para mim. Para mim e para a minha colega, que dorme todo o dia. Vida abençoada, é o que é.


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