29° dia de Quarentena - A Páscoa

São 29 dias em casa. É Domingo de Páscoa.

Pela primeira vez, nestes longos dias de quarentena, senti que tinha um ratinho no estômago. Um pequenino, que come tudo aquilo que apanha e me deixa com fome. O dia todo. Não interessa se acabei de almoçar ou se estou há uma hora sem comer. Tenho fome.

Hoje, saía mais barato alimentar um burro a pão de ló do que me alimentar a mim.

São 29 dias a cozinhar mais do que como. Hoje, equilibrei a balança. Algum dia tinha de ser. 

Hoje, é Domingo de Páscoa. Não é dia que conte com grande tradição cá por casa. Não é dia de cabrito nem de folar. Amêndoas, sim. E das caramelizadas ainda melhor. Mas só. Este ano temos dois folares para compensar a falta das amêndoas. E, sem que a família se sente à mesma mesa, as caixas com bolos, folares e arroz doce feitos em casa, viajam rua acima e rua abaixo. Afastados, mas em partilha. 

Aos 29 dias desta quarentena a que não se vê fim, comi o que me apeteceu. Sem qualquer remorso.



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