43° dia de Quarentena - A paciência

Se há coisa que estes dias nos ensinam é a importância da paciência. Coisa que as nossas mães bem tentaram, mas sem grande sucesso.

- Tens de ter paciência - diziam elas a cada pedido ou cara feia, que tinha como resposta o nosso encolher de ombros

43 dias em casa. À espera.

Reforçando a paciência de esperar pelo que não tem hora de chegar, comecei a cumprir aquilo que sempre disse que ia fazer. Aquela coisa do "se eu tivesse tempo" que dizíamos na nossa vida antiga, sabem?

São 43 dias, cada um com 36 horas. Ou assim parece. É fazer render.

Todos os dias, à mesma hora. O despertador só para evitar esquecimentos e o mesmo ritual. Mas tenho de ser sincera, as duas primeiras tentativas não deram em nada. É o mal da falta de paciência. 

Não sabemos esperar. Achamos que não há tempo a perder em pesquisas e testes. Que quatro dias, são quatro dias e nem mais um. Se não deu é porque não tinha de dar. Ponto final e seguimos em frente descansados e a achar que fizemos o que era possível. 

Às vezes, sim. Tudo certo. Nas outras todas, é saber que o tempo dos outros pode ir a uma velocidade diferente. É preciso usar os sentidos. 

São 43 dias e fiz massa mãe.  Tentativa erro e muito paciência no final. 

Depois de feita, foi um dia inteiro para transformar uma mistela com cheiro a licores de Natal, em pão. Já imaginava aquele pão com cheiro a avó. Mas às vezes, quem espera fica longe de alcançar. 

Aos 43 dias percebi que a paciência também tem limites e que é preciso saber quais são. Verdade seja dita, o pão levedou tempo a mais.