45° dia de Quarentena - O desperdício

Lavoisier. A começar assim até parece que vou continuar com uma aula qualquer, daquelas que até podia ter interesse numa telescola, mas a verdade é que não. Continuando. Lavoisier dizia que nada se perde e tudo se transforma. Ele dizia, as nossas avós punham a teoria em prática quando aproveitavam tudo umas três ou quatro vezes.

Lavoisier referia-se à natureza, as nossas avós estavam mais preocupadas em esticar as moedas que tinham no bolso.

45 dias em casa e a pôr em prática os ensinamentos.

Nesta casa há massa mãe a ser alimentada todos os dias com outro tanto a ser descartado. Há pão que nem ficou mau, mas também não ficou assim para lá de bom. E passamos muito tempo na cozinha. Há quem diga que até é demasiado.

São 45 dias nesta vida. Podia ser bem pior.

Nos tempos actuais, e em todos os outros tempos, é preciso poupar, ou reaproveitar se quisermos usar palavras mais bonitas. Sendo assim, cá por casa o que sobra da massa mãe transforma-se em panquecas. Com chocolate porque a quarentena tem de ter ânimo. No outro dia, fiz uma massa com camarão e pesto. As cascas do camarão deram em caldo. O pesto levou pão daquele que já estava ali há três quinze dias (sim, pão e nada frutos secos). 

45 dias. Quase profissional na arte de reaproveitar.


Comments

Post a Comment