Começo a ouvir a rua. Faz tempo que tal coisa não acontecia. São os barulhos da vida que já foi normal. Carros à espera que o semáforo mude. Passos para lá e para cá. Vozes. Conversas entre uns e outros.
49 dias. O último em emergência.
Voltou o calor. O sol queimava e eu a treinar, na rua. Ideias inteligentes que uma pessoa tem. Nada como agachar, correr e mais um sem fim de exercícios com o sol em pique. Era meio-dia. A hora ideal para cair para o lado entre um agachamento e outro.
Não caí. Mantive-me ali. Segura e cheia de força, mas acho que queimei um neurónio ou outro.
Aos 49 dias, a quarentena já é a vida normal.
A cabeça é que já não funciona. Vamos dizer que é deste estado de emergência. É provável que seja da idade.
O esquentador deixou de disparar. A água da cozinha ficou gelada e ele nem dava sinal de vida. Veio a ajuda com as pilhas e a água continuava na mesma. Uma pessoa já ali a pensar que era desta que o esquentador ia passear, mas vai-se a ver e era a torneira que estava sem pressão. Cabeças que não pensam, é o que é. Valha-nos o pai para dizer aquilo que qualquer um vê. E para a água voltar a aquecer.
Fiz pão. Outra vez. Mas se esta cabeça já não estava boa no esquentador, ficou aimda pior na farinha. O crescento ficou perfeito, o pão levou farinha para bolos. Esperamos para ver no que dá, mas só para proteger os neurónios que restam, amanhã vou treinar à sombra. Todo o cuidado é pouco.
São 49 dias e hoje o almoço foi por conta dele. Acho que ele já estava a pressentir o meu estado de demência momentânea.
Também passo muito tempo na cozinha (a) provando a minha dieta!!!
ReplyDeleteEu não ando em dieta, faço alguns estragos na cozinha.
DeleteQuando isto terminar, logo se vê 😊
Beijinhos