São Pedro tem um humor difícil de perceber, certo? Chove torrencialmente, uma pessoa vai buscar camisolas. Sol de trinta graus uns dias depois, é esticar a cama de rede. Logo a seguir, só por causa das coisas, chove como se fosse Janeiro. Muito engraçadinho, sim senhor.
57 dias. Começo a pensar se vale a pena a contagem.
A vergonha faz parte de nós, seres humanos. Não sei se os outros animais a sentem e também não fui confirmar, é irrelevante para o que escrevo aqui. Voltemos à questão da vergonha e como, em certas coisas, é um bocadinho ridícula.
Existe a vergonha alheia. Ou aquela que sentimos quando caímos em público. Esta eu já não sei o que é, foram tantas as quedas que acabei por me habituar. A vergonha quando alguém nos corrige com uma certa ironia, em que a vergonha devia ser de quem o faz e não de quem erra. E outras tantas. Completamente normais. Que nos deixam com as bochechas vermelhas e as palmas das mãos suadas, mas que não trazem mal ao mundo.
E depois há a vergonha do que se sente. De dizer a outra pessoa o quanto ela é importante para nós. Pronto, nem é preciso dizer, basta mostrar. Às vezes é difícil pôr tudo em palavras bonitas e quando se tenta elas enrolam-se umas nas outras sem que façam grande sentido. Mostrar é mais fácil, mas depois vem a vergonha, não é?
Quando não respondem pensamos se o devíamos ter feito. Achamos sempre que fizemos figura de ursos e que se tivéssemos ficado quietos no nosso canto era melhor. E se todos fizermos o mesmo? Se todos ficarmos quietos e sossegados num canto que é só nosso sem dizer ao outros o que sentimos? Não falo do amor romântico, é fácil dizer à nossa cara metade o que sentimos ou pelo menos devia ser fácil. Falo dos amigos, da família. Daqueles que achamos que vão estar sempre lá, que sabem exactamente o que sentimos. Afinal, "como é que não podiam saber?". Às vezes, não sabem. Ou têm inseguranças como todos nós e precisam que lhes confirmem o que devia ser dado certo.
E é preciso tão pouco. É só estar atento. Mostrar que estamos lá, mesmo que seja à distância. Porque nisto, a distância pouco ou nada importa.
Mais um dia. Que se aprenda a mostrar o quanto se ama os outros. Que estes tempos estranhos que vivemos, sirvam para mostrar que não é preciso ter vergonha de mostrar que estamos aqui para aqueles de quem gostamos. Tão simples.
Demonstrar amor engrandece a alma!
ReplyDeleteBoa semana
É tão bom não ter medo de mostrar nem de dizer 😊
DeleteBoa semana
Sou reservada por natureza e prefiro os atos às palavras para exteriorizar o que sinto.
ReplyDeleteMas o amor também está nos atos, nas coisas que se fazem para os outros ou só em perguntar se está tudo bem. Isso também é muito importante.
DeleteBeijinhos
E começa de pequenino... estive agora mais de meia-hora a convencer o miúdo a pedir Desculpa. Ele fisicamente pede desculpa, dá mimo, abraça, encosta-se... mas não verbaliza!!
ReplyDeleteMas mostra e isso também é bom, não ter vergonha de mostar que está arrependido. O resto vai aos poucos. 😊
DeleteBeijinhos