Vira o disco

Na pandemia, meio mundo descobriu o pão feito em casa. Foi-se o fermento das lojas, desapareceu a farinha e até a sêmola de trigo foi dificil de arranjar. Uma loucura.

E eu fui atrás. Fiz massa mãe, fiz pão. Fiz muito pão mau, para ser sincera. Daquele que não crescia, que não cozia, que ficava denso. Os melhores dos maus chegavam até ao dia seguintes e já estavam duros que nem (não vou entrar nessas coisas que se costumam dizer por aí, deixemos no ar a ideia).

Li receitas. Em português e em estrangeiro. Vi vídeos. Fiz perguntas no google. Comprei mais farinha do que julguei possível. Uns ficavam melhores, mas não era consistente. Era uma sorte.

Até que mantive a base que dava menos erros e vai de aperfeiçoar a coisa. De lembrar o que a minha avó contava de quando fazia pão. Do que a minha mãe vai dizendo. Ajuste daqui, acerta dali e a coisa foi ao sitio. 

Se vissem como é bonita a massa acabada de amassar. Sedosa e cheia de bolhas. O cheiro a pão que vem da massa mãe. A magia da fermentação. Devo ter qualquer coisa de padeira. Talvez fosse de Aljubarrota noutra vida.

Deixei de levar a massa ao frigorifico. Esqueci-me das dobras que lhe tinha de fazer a cada hora durante a fermentação. Amassei e esperei. Boleei e esperei. Levei ao forno. Cheira a pão quente da avó. Pão esse que, mais tarde, a própria da avó aprovou.

Resultado: nos últimos 4 dias tenho cozido pão todos os dias. Vou descansar amanhã.



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