Arrefeceu o tempo. Assim, sem se saber bem como, foi-se o Verão e instalou-se o Outono. A manta no sofá e uma súbita vontade de comer castanhas assadas sem saber bem onde as vou arranjar este ano. Alguma coisa se arranja que se há coisa em que o português é bom é a desenrascar.
Já se começa a preparar a segunda mudança de roupa do ano. As t-shirts a serem guardadas e as camisolas com ordem de soltura. Já dá um certo frio enquanto se trabalha, um arrepio daqueles que nos lembram que é tempo de meias e manga comprida.
São oito meses a trabalhar a partir de casa e sem saber muito bem para onde foram esses dias. Passou assim tanto tempo? E por outro lado, é só há esse tempo que andamos neste desinfecta e tapa a boca? Vamos lá compreender isto.
Vive-se com mais tempo. Noutro tempo. Mais lento. Obriga a outra compreensão. Não podemos fazer tudo, nem podemos fazer em grande. Temos de nos tornar mais criativos. Fazer do pouco, muito. Saber que sempre assim foi. Viver os dias para lá das horas que neles vivem. Saber que se pode fazer muito num minuto e pouco numa hora e que nenhum dos dois está errado. Temos de nos saber ouvir mais, saber o que precisamos.
E precisamos de tão pouco.
Verdade!!! 👏👏👏👏👏
ReplyDeleteBeijinhos
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