O calendário de 2020

O tempo nunca passou tão depressa e tão devagar ao mesmo tempo. Os dias são todos iguais. Todos no mesmo espaço, salvo raras excepções, e parece que se sucedem uns aos outros sem que isso tenha impacto no calendário. Uma certa moleza dos dias a arrastarem-se sem saber quando é semana ou dia de descanso. Quando se perde o fio dos feriados e fins-de-semana prolongados que costumavam estar registados em todas as agendas e alarmes.

E quando pensamos no tempo sem o ver no calendário, achamos que ele não passou. Que estamos noutro mês, noutra altura. Que o sol ainda é o de Setembro ou até de Agosto. Até ao dia. 

Aquele dia em que começam a chegar os e-mails a avisar que temos de despachar as prendas de Natal. O dia em que as músicas de Natal aparecem no meio da programação normal da rádio. Quando os filmes em que tudo acaba bem com uma caneca de chocolate quente à beira de uma lareira, voltam a aparecer. É aí que percebes que o tempo andou tal como devia e assim, sem aviso, chegámos às portas de Dezembro.

Um Dezembro que não sabemos bem como vai ser, mas que temos certeza que não vai ser o que conhecemos. Deste ano que ficou perdido em agendas que não se chegaram a preencher e de compromissos adiados até Deus sabe quando. 

Estamos quase no Natal e às vezes sinto que este ano nem chegou a começar. 

A imagem é de uma das minhas últimas experiências. Bolo de chocolate com buttercream de limão, ganache de chocolate e decoração em massa de açúcar. 


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